Nossos corpos juvenis, distraidamente alvoroçavam-se em texturas novas de observações quanto ao mundo que nos rodeava, o cheiro do sexo oposto nos instigava, as possibilidades inebriadas pelo desejo do desconhecido nos induziam a buscas frenéticas por fotos e revistas. Impossível acordar ou dormir sem o príncipe ou princesa, que possuía toda a ebulição necessária àquele furor que questionava nossos antigos relacionamentos infantis fosse com pais ou amigos das agora ridículas brincadeiras de crianças; que difícil processo. Para alguns mais, outros menos, é quase isso o resumo da explosão hormonal lá pelo início da adolescência. O tempo passará e de maneira sutil a fome ainda que mantida nos permitirá mais critérios e agregaremos outros itens ao nosso desejo, ou seja, seremos ainda instintivos, porém mais calculistas e admitiremos os limites da conquista. Vida nova e tudo de regra soará quase inaudível, quando as questões forem cuidados com dieta, sono, cigarro, drogas, porém se a questão for desempenho sexual, aí sim, pudores, recalques, insegurança, mentiras, invenções, segredos, traições, fidelidades inquestionáveis; uma mistura que pode resultar qualquer coisa, inclusive o improvável casamento eterno (porém possível), poligâmico (a)s, solteirões e solteironas, estando contidos neste universo os homossexuais. Isso tudo é o sexo, ou, melhor ainda, isso tudo é o poder do sexo.
Um dia nos damos conta que temos menos desejo ou capacidade para o sexo, às vezes as duas coisas ao mesmo tempo e deduzimos que a idade nos pegou, já temos quase 50, com filhos, às vezes contas por pagar e provável horário para algum remédio. Os caminhos para alcançarmos a senilidade com dignidade e sem termos que entregar o que instintivamente nos movia com graça através de noites e viagens inesquecíveis, é organicamente possível e não é fantasioso, sexo não é tudo, mas não à toa criou e destruiu impérios, a vida é pra valer, não deixemos nada sem cuidado.
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