Temperatura ambiente e a longevidade.
Estamos em 2006. E no verão europeu de anos atrás, entre 2003 e 2004, foi demonstrado o poder das oscilações na temperatura, haja vista o número de mortes verificado, em especial na França. A solicitação do sistema cardiovascular nesta situação, com temperaturas a cima de 40ºC, é intensa e funciona como um teste ergométrico, com a diferença que no teste ergométrico o médico suspende o esforço a qualquer verificação eletrocardiográfica que sugira sofrimento miocárdico. Adicionado a esta questão, está o fato de que o europeu não está habituado a tal elevação da temperatura. No Brasil tal elevação térmica não traz os transtornos verificados no velho mundo.
Abandonando, pelo menos por enquanto, as conseqüências das oscilações térmicas externas, faz necessário dizer que nas regiões mais frias os riscos para doenças cardiovasculares são maiores. Entre as temperaturas de 14º e 21ºC, a mortalidade diminui em cerca de 1% por grau de elevação na temperatura. Há também uma incidência maior da depressão em localidades de baixa temperatura, o que propicia ainda mais o aumento de incidência do infarto do miocárdio.
A incidência de infarto do miocárdio é maior no frio, e pior que isso, a área do miocárdio lesada é maior. A constrição das coronárias provocadas pelo frio justifica a maior incidência de anginas e infartos, porém, parece que além desses fatos existe um subsídio infeccioso e inflamatório por baixas temperaturas, já que é sabido que as infecções respiratórias, especialmente aquelas causadas pelo vírus influenzae, são mais freqüentes nestas temperaturas. O resultante processo inflamatório difuso no organismo jogaria fora a oclusão vascular, possivelmente lesando o assoalho que recobre o leito arteriosclerótico, expondo estruturas indutoras de formação do trombo e conseqüente oclusão intravascular e infarto subseqüente.
Colaborando com tal indagação, um estudo americano verificou que pacientes vacinados contra o influenzae tiveram o risco de evoluir com o infarto do miocárdio diminuído para um terço do risco daqueles não vacinados.
Outras justificativas surgirão com o tempo, porém parece lógico auxiliarmos o nosso organismo procurando nos manter em temperaturas agradáveis, e quando da presença de processos infecciosos, usufruir os avanços tecnológicos que a medicina conquistou. Com isso, é provável que estejamos retardando o envelhecimento e prolongando a vida.
Em qualquer temperatura, a exposição ao sol é imprescindível, pois os raios ultravioletas conquistados nesta exposição aumentam a capacidade dos glóbulos brancos no exercício de suas funções, além dos benefícios na formação de vitamina D, tão importantes no metabolismo ósseo.
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