A melatonina é uma molécula produzida em algumas regiões de nosso organismo sendo que o principal sítio de produção é a glândula pineal, sendo também fabricada em menor escala retina, no trato gastrintestinal e provavelmente em alguns outros órgãos de nosso corpo. A glândula pineal, o principal local de produção da melatonina, foi durante muito tempo comparada com o apêndice, a qual só serviria para nos trazer transtornos quando da presença de algum tumor (o apêndice só nos proporcionaria apendicite, defeito até agora não contestado). Porém estudos científicos demonstram à cada dia que a melatonina produzida pela pineal tem importante envolvimento com o bem estar de nosso organismo e a sua diminuição deve contribuir de maneira importante para o envelhecimento nos seres humanos. A produção da melatonina pela pineal ocorre quase exclusivamente à noite e no escuro, o que justifica os altos níveis deste hormônio á noite e muito baixos durante o dia. À medida que envelhecemos a produção da melatonina diminui e como conseqüência os níveis circulantes de melatonina nos velhos são muito mais baixos do que nos jovens, o processo é denominado Melatopausa, sendo pouco conhecido a fisiologia deste processo, dada a dificuldade em dosar os níveis noturnos da melatonina.
O envolvimento da queda dos níveis de melatonina com o envelhecimento se dá de várias formas, sendo que a ligação deste hormônio com o relógio biológico faz com que a diminuição dos seus níveis deteriore o sono noturno, sendo isso por si só um fator de envelhecimento. Os conhecidos efeitos estimulantes no sistema imunológico justificariam o enfraquecimento imunológico do idoso. Adicionalmente, a melatonina tem efeitos anti-câncerígenos muito interessantes, especialmente nos cânceres mamário e hepático. Não bastasse o já citado, é sabido ainda que a melatonina é poderoso antioxidante.
É por conta de tudo isso já exposto, que à cada dia aumentam as expectativas da reposição deste hormônio, com ótimas perspectivas no tratamento de moléstias como Alzheimer, Parkinson, e outras condições neuro degenerativas, dada a vantagem de atravessar a chamada barreira entre o sangue e o cérebro (barreira hemato-liquórica). É claro que necessitamos de mais estudos para adequarmos protocolos.
Ainda que também neste caso a reposição seja contra fisiológica, que fique o exemplo que a catarata incide no fisiologismo do envelhecimento e nem por isso aceitamos a cegueira.
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