A dificuldade de modificar o metabolismo,
quando a intenção é perder peso
As cinco palavras do título deste artigo sugerem que o obeso adquire esta condição por opção ou desleixo. Ledo engano. Se na década de 1960 os cientistas preocupavam-se com a possibilidade da fome mundial, no ano 2000, o que vemos atualmente é um mundo que engorda vertiginosamente, o que contraria o íntimo na maioria destes obesos, que são atormentados o tempo inteiro pelo cônjuge, patrão, amigos ou filhos, quanto ao seu peso. De forma inversa, quando decide emagrecer tem que conviver como velho chavão: “Fecha a boca, faça exercícios e emagreça”. Simples? Não. A logística do emagrecimento percorre outras veredas, ainda que um jovem, com a simples retirada de refrigerantes, doces e sanduíches, possa diminuir o seu peso de maneira importante.
O sistema metabólico sempre está pronto a fazer o maior peso que aquele organismo alcançou, ou seja, se alcançamos 100 quilos, estaremos sempre com o tendencioso destino de 100 quilos, ainda que tenhamos alcançado os 60 quilos. Falando de outra maneira, todo sistema metabólico aguarda ansiosamente material para fazer os 100 quilos e pouco importa se você diminuiu o peso com remédios, com exercícios, dieta ou soma de todos estes. Não existe caminho seguro na sustentação do peso.
O termostato do peso é sempre pelo maior e não existe nenhum dado científico que justifique a afirmação de que se perdemos 10 quilos temos que permanecer 10 meses com o novo peso adquirido ou se mantivermos por dois anos o novo peso não engordaremos mais. Quando à ótica do tratamento farmacológico, temos várias medicações com resultados agudos extremamente interessantes.
E já possuímos medicações que dão sustentabilidade à perda de peso de maneira judiciosa do que as que possuímos até há alguns anos.
As velhas e conhecidas anfetaminas, o orlistat (xenical), sibutramina (reductil e plenty), quando bem indicadas trazem excepcionais resultados terapêuticos, fornecendo melhoras na qualidade da vida por diminuição dos níveis pressóricos, nos níveis de glicemia, fertilidade, sexualidade e muitas vezes por reincorporar o individuo no convívio social.
O arsenal terapêutico existe para ser usado, para fazer dormir quem não dorme, tirar a dor de quem sente, baixar pressão nos hipertensos, controlar glicemia dos diabéticos e também porque não diminuir peso dos obesos?
São doenças, merecem tratamento responsável, pois a medicina é uma só e a maioria das pessoas não é gorda porque quer.
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