Cientistas americanos acreditam que a proibição de comerciais de fast-food na televisão pode reduzir em até 18% os índices de obesidade infantil nos Estados Unidos. O estudo, publicado na edição de novembro do Journal of Law & Economics, foi baseado em dados de quase 13.000 crianças coletados pelo Ministério do Trabalho americano até 1997.
Números do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos indicam que a obesidade infantil afeta 13,9% das crianças com idades entre 2 e 5 anos. O problema se agrava na faixa dos 6 aos 11 anos, na qual 18,8% das crianças americanas são obesas. Dos 12 aos 19, o índice é de mais de 17%.
Para reverter esse quadro, pesquisadores da Universidade de Lehigh, na Pensilvânia, apostam na redução das propagandas de fast-food na TV. "Sabemos que a obesidade infantil está arraigada em nossa cultura, mas pouca pesquisa empírica tem sido feita para identificar os comerciais televisivos como uma possível causa para tal", disse à agência de notícias Reuters o economista Shin-Yi Chou, que coordenou no estudo.
A pesquisa, financiada em parte pelo governo dos EUA, mediu os anúncios pela quantidade de horas de propagandas de restaurantes de fast-food vistas por semana. "Nossos resultados indicam que uma proibição a esses comerciais iria reduzir o número de crianças acima do peso em uma população fixa em 18% na faixa dos 3 aos 11 anos", disseram os autores do estudo. Entre adolescentes de 12 a 18 anos de idade, a redução nas taxas de obesidade seria de 14%.