Mais de 53,4 milhões de pessoas já foram imunizadas durante a campanha nacional de vacinação contra a rubéola, o que representa 76,25% da meta de 70 milhões de pessoas, de acordo com balanço parcial divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde. Os números superam os 52 milhões de pessoas imunizadas na campanha contra o sarampo em 1992, que até era a maior já feita no país.
Ainda é preciso vacinar cerca de 16,6 milhões de brasileiros, a maioria homens. A campanha, iniciada no dia 9 de agosto em todo o país, estava prevista para terminar hoje, mas o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou a 11 estados sua prorrogação. A imunização deverá se estender por mais sete dias em todos os estados da região Norte ― Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins ― além de Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, onde as taxas ficaram entre 64% e 77%.
Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado foram registrados 8.684 casos de rubéola no país, sendo cerca de seis mil apenas em homens, o que faz deles o alvo principal da campanha. Ao se vacinar, homens e mulheres ficam protegidos, eliminando a circulação do vírus do meio ambiente. Em mulheres grávidas, a rubéola causa a síndrome da rubéola congênita, provocando malformação congênita. A doença pode levar à cegueira, surdez, retardo mental ou problemas cardíacos dos bebês.
A meta do governo federal é eliminar a doença completamente até 2010, explica a médica Lily Yin Weckx, do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Por isso, é importante que, quem já se vacinou, tome a dose novamente. "Uma dose protege 95% contra a doença. Com duas, a pessoa tem uma proteção total", diz.
Quem não se vacinar durante a campanha pode se imunizar em outro momento, pois a vacina é oferecida permanentemente nos postos de saúde, na forma da tríplice viral, que protege, ainda, contra a caxumba e o sarampo. "O interessante é tomar agora, durante a campanha", diz Lily.
Números
De acordo com o balanço preliminar divulgado hoje, as coberturas por região ficaram em 80,89% no Nordeste, 76,59% no Sul, 75,47% no Sudeste, 70,79% no Centro-Oeste e 69% no Norte.
Entre os estados com as maiores coberturas estão Santa Catarina (90,33%), Alagoas (89,64%), Sergipe (86%), Pernambuco (84,28%), Maranhão (83,07%), Espírito Santo (82,24%), Piauí (81,1%) e Minas Gerais (80,88%).
Os homens procuraram menos os postos de vacinação: 25,1 milhões foram vacinados, o que representa 72,22% de cobertura em relação ao total de homens a serem imunizados. Entre as mulheres, a adesão foi de 28,3 milhões, ou 80,22% da meta.
Os estados que tiveram as melhores coberturas para as mulheres foram Alagoas (94,21%), Santa Catarina (91,46%), Sergipe (91,33%) e Pernambuco (89,78%). Amapá e Goiás tiveram os menores percentuais para as mulheres - 68,9% e 66,83%, respectivamente. As mais altas coberturas para os homens foram alcançadas pelos estados de Santa Catarina (89,21%) e Alagoas (84,84%).
A doença
A rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus e transmitida pelo ar. Os principais sintomas são manchas no corpo, febre, dores articulares, conjuntivite, coriza e tosse. Quando contraída por gestantes, pode comprometer o desenvolvimento do feto e até causar aborto.
A vacina
Apenas não devem ser vacinadas pessoas em tratamento de câncer e Aids e mulheres grávidas. As gestantes poderão ser imunizadas somente após o parto, de acordo com o ministério, e mulheres que pretendem engravidar devem esperar quatro semanas após tomarem a vacina.
Além disso, a vacina impede doações de sangue por um mês porque, assim como outras, é feita com vírus vivo atenuado, que permanece por um tempo no sangue da pessoa imunizada. Caso um paciente com a saúde debilitada receba o vírus atenuado pode ter complicações.